terça-feira, 11 de março de 2008

NÓS PARA ESCALADAS

 
     Como todos sabem as cordas não funcionam sem os nós. São eles que, de uma maneira ou outra, nos permitem construir pequenos anéis de corda ou fita, unir cordas e viabilizar alguns trabalhos.
     Antes de mais nada devemos ter em mente que:
1º. Os nós diminuem consideravelmente a resistência das cordas. Esta redução de capacidade pode chegar a 50% !
2º. Não existe um nó perfeito para todo o tipo de trabalho. Um, que se comporta muito bem submetido a cargas estáticas, pode escorregar, transformar-se ou vir a desfazer-se quando submetido a movimentos ou pressões variadas (carga dinâmica).
3º. Devemos, preferencialmente, usar nós com muitas voltas, destinadas a absorver melhor as força de impacto.
4º. Uma vez confeccionado, o nó deve possuir estética e forma definida, sem cabos torcidos ou sobrepostos.
      Características de um bom nó:
- Fácil de fazer.
- Fácil de desfazer.
- Seguro.
     Selecionar o melhor nó para o trabalho em questão é uma tarefa delicada, desta forma, devemos escolher e fazer os nós com muita atenção.
     Principais nós utilizados na prática do montanhismo: 
     SIMPLES (half hitch)
     Popularmente conhecido como nó cego. É um nó "cavalgante", isto é, não tranca em contato com superfícies irregulares. Muito utilizado para conectar duas cordas em rapéis maiores de 25m. Uma de suas versões é muito utilizada para o fechamento dos anéis de fitas planas ou tubulares.
 
 
 
  
 
     BOCA DE LOBO
    
É um dos nós mais utilizados para unir anéis de fita ou corda e fixá-los diretamente nos pontos de ancoragem naturais.
Reduz 50% a resistência das cordas.
 
 
 

     VOLTA DO FIEL (clove hitch)
     Como o boca de lobo também é utilizado para fixar cordas ou fitas nos mosquetões conectados nos pontos de ancoragem. Muito usado para confeccionar uma auto-segurança longa. Começa a falhar acima dos 500 Kg de tensão ou impacto.
    Reduz 50% a resistência das cordas.
 
  

 
     U.I.A.A. (uiaa)
     Sua função é liberar ou travar qualquer ponta de corda, um excelente recurso para fornecer segurança ou descer pela própria corda, caso o montanhista perca o equipamento principal de asseguramento. É sempre confeccionado sobre um mosquetão de grande dimensão, pois necessita de espaço útil para agir. Tem como inconveniente o aquecimento seguido de desgaste da capa das cordas e, montado de maneira incorreta, pode abrir a trava dos mosquetões.
 
 
 
 
 UIAA confeccionado com a corda dentro do mosquetão.
 
 
     OITO DUPLO (figure eight)
     Considerado o nó mais versátil. Principal nó de ancoragem.
     Reduz 30% a resistência das cordas.
     Pode ser confeccionado de três maneiras diferentes: para encordamento, direcionado e de união de corda.
     OITO DUPLO DE ENCORDAMENTO
     É um nó muito seguro por ser resistente e absorver impactos de maneira eficiente. Utilizado para a conexão da corda diretamente na cadeirinha do montanhista ou para fixar cordas nos pontos de ancoragem.
 
 
 
     OITO DUPLO DIRECIONADO
     Trata-se do mesmo nó oito duplo, porém realizado no meio da corda. Utilizado para conectar mais um montanhista na cordada, pontos de ancoragem, bem como equipamentos que serão içados. Pode ser substituído pelo nó sete.
  
    
     OITO DUPLO DE UNIÃO DE CORDA
     Trata-se do mesmo nó explicado anteriormente, porém este é confeccionado invertendo o sentido de entrada de uma das cordas. É um nó bastante eficiente para unir cordas de mesmo diâmetro. Muito utilizado para fechar anéis de cordelete.

 
     PRUSSIK (prussik) E MACHARD (machard)
     Nós blocantes bidirecionais confeccionados com anéis de corda. Ambos possuem as mesmas características, ou seja, bloquear a corda quando solicitados e, deslizar sobre ela, quando liberados. São úteis nas técnicas de rapel, resgate e ascensão por corda fixa.
     Após sua confecção deve-se verificar a capacidade de frenagem do conjunto. Se esta for indesejável, executar mais uma volta no nó. Lembre-se que um pequeno deslizamento pode provocar a queima das cordas por atrito.
 
 
    

Fonte: Mundo Vetical- RESENDE, Orlei. Manual de Escalada em Rocha. 1998.
Imagens: Petzl Inc., Climbing e Mundo Vertical.


Abra sua conta no Yahoo! Mail, o único sem limite de espaço para armazenamento!

Nenhum comentário: