segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Promessa e Lei Escoteira - Um texto sobre tradução

A aqueles que deconhecem o início do escotismo, ele foi criado em 1907 por um militar inglês, o Baden-Powell.
 
Seu objetivo era oferecer a jovens ociosos da Inglaterra atividades que pudessem auxiliar a educação deles e que poderia auxiliá-los a desenvolver o sentimento de cidadania. Pouco tempo depois do início do escotismo, Baden-Powell, que foi "militar por acaso" (como Laszlo Nagy escreveu em "250 Milhões de Escoteiros") desligou-se da vida militar e voltou-se completamente para a vida de educador.
 
Seu primeiro livro, "Escotismo para Rapazes", foi vendido em fascículos em bancas de jornais e foi um sucesso. Em pouco tempo o escotismo espalhou-se pelo mundo.
 
Como disse Rodrigo Robleño, escoteiro e artista, "Escotismo num é um lugar onde você aprende a viver melhor, é uma maneira de viver melhor, e oferecer o seu melhor para a vida, a sua e a dos outros, uma maneira de se sentir feliz sendo responsável pela construção de um mundo melhor, e se divertir fazendo isso." Apesar dessa descrição maravilhosa, o que Rodrigo não disse é que chegamos a isso através do aperfeiçoamento pessoal, e que seguimos um código moral e ético que nos leva a isso. A esse código chamamos de Promessa e Lei Escoteira.
 
E é exatamente sobre esse código que falarei hoje, pois questiono todos os tradicionalismos. O próprio escotismo me ensinou isso: não há como ser tradicionalista em um movimento de vanguarda, e é isso o que ele é desde sua criação: vanguarda educacional. Porém, como tudo o que suscinta paixão, alguns desviaram-se do caminho e fizerem dele uma segunda religião, e outros chegam ao cúmulo de acreditar que deve-se oferecer com um garoto brasileiro de hoje exatamente o que Baden-Powell oferecia a um garoto inglês de 1907.
 
Então, na busca de entender melhor o que Baden-Powell fez em sua época, verti-me em buscar o que ele mesmo escreveu em nosso código moral e ético. Encontrei-o facilmente na internet, em um site confiável: o do Bureau Mundial do Movimento Escoteiro:
 
The Scout Promise
On my honour I promise that I will do my best
To do my duty to God and the King (or to God and my Country);
To help other people at all times;
To obey the Scout Law.
 
The Scout Law
1. A Scout's honour is to be trusted.
2. A Scout is loyal.
3. A Scout's duty is to be useful and to help others.
4. A Scout is a friend to all and a brother to every other Scout.
5. A Scout is courteous.
6. A Scout is a friend to animals.
7. A Scout obeys orders of his parents, Patrol Leader or Scoutmaster without question.
8. A Scout smiles and whistles under all difficulties.
9. A Scout is thrifty.
10. A Scout is clean in thought, word and deed.

Fonte
 
Para os que não lêem em inglês, preparei um tradução no formato que um leigo chamaria de "literal", pois preocupei-me mais em verter palavras de uma língua a outra que em fazer uma interpretação das palavras e seu sentido dentro do contexto:
 
A Promessa Escoteira
Pela minha honra prometo que farei o meu melhor
Para cumprir o meu dever para com Deus e o Rei (ou para com Deus e meu país);
Ajudar o próximo em todos os momentos;
Obedecer a lei escoteira.
 
A Lei Escoteira
1. A honra de um escoteiro é ser confiável.
2. Um escoteiro é leal.
3. Um dever do escoteiro é ser útil e ajudar ao próximo.
4. Um escoteiro é amido de todos e irmão dos demais escoteiro.
5. Um escoteiro é cortês.
6. Um escoteiro é amigo dos animais..
7. Um escoteiro obedece ordens de seus pais, seu monitor ou do seu líder de tropa sem questionar.
8. Um escoteiro sorri e assobia sob todas as dificuldades.
9. Um escoteiro é econômico.
10. Um escoteiro é limpo de pensamento, palavra e ação.
 
Mas a tradução de um texto qualquer não deve ser feita pela versão de palavras e sintaxe de uma língua para outra. Não se traduz entre línguas. Traduz-se entre culturas. Não se verte palavras. Verte-se idéias. Nesse sentido, há muito tempo atrás, foi realizada uma tradução desse código e ela é utilizada até hoje pela UEB (União dos Escoteiros do Brasil):
 
Promessa Escoteira
Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para:
cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria;
ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião;
e obedecer a Lei Escoteira.
 
Lei Escoteira
1. O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida.
2. O Escoteiro é leal.
3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
4. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.
5. O Escoteiro é cortês.
6. O Escoteiro é bom para ao animais e as plantas.
7. O Escoteiro é obediente e disciplinado.
8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

Fonte
 
Talvez essa tradução fosse boa e perfeitamente funcional para a sua época. Mas pergunto: "ainda é válida para hoje?" "o que um jovem de 11 anos pensaria sobre essa lei?" "o que ela quer dizer em termos das palavras ali representadas hoje?" "e em respeitos aos significados possíveis de interpretação no início do terceiro milênio?"
 
Os artigos 2, 4 e 5 não são alvo de discórdia, pois expressam claramente o sentido que B.P. pretendia que tivessem em inglês, isso considerando diferentes possibilidades interpretativas. A questão é que são tradução quase "literais" do texto original e o contexto não permite outras interpretações. São bases do escotismo a cortesia, a fraternidade e a lealdade.
 
Quanto aos demais artigos, farei uma análise mais profunda dessa tradução.
 
1. O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida.
B.P. escreveu que "A Scout's honour is to be trusted." Não importando como se possa traduzir em palavras, o sentido geral é o que o escoteiro é honrado e que essa honra pode-se resumir em ser confiável. Isso pode ser traduzido de algumas maneiras. É plausível, inclusive, traduzir como "O escoteiro tem uma só palavra", pois isso denota alguém que é confiável, alguém de quem se conhece a posição sobre os assuntos e sabe-se que não a mudará sem motivos claros, sejam eles lógicos ou sentimentais. Porém, quando lê-se a segunda parte da tradução desse artigo, "sua honra vale mais que sua própria vida", assume-se que esse padrão de confiabilidade deve ser mantido até quando a própria vida está em perigo. Isso é fanatismo. Em nenhum momento alguém deve ser julgado como ruim ou não-confiável por mentir para sobreviver. Deixo claro que em situações cotidianas, e mesmo situações de grande pressão, sou contra a falsidade e a mentira, mas existe um limiar onde a pressão torna-se uma questão de sobrevivência. Não a sobrevivência retórica do "deve-se sobreviver ao mundo mau", mas a da sobrevivência física do ser. O escotismo não deve formar fanáticos, mas cidadãos conscientes, e como tal, questionadores da própria realidade. Rejeito, sobretudo, a segunda oração dessa tradução.
 
3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
A tradução desse artigo não está exatamente ruim. Apenas acho desnecessário marcar a todo momento o lema. Escotismo não é um lema, uma prática de vida. E essa prática, como qualquer outra, trás deveres, e não tenho nada contra deixar isso claro.
 
6. O Escoteiro é bom para ao animais e as plantas.
Essa tradução de "6. A Scout is a friend to animals" é, na verdade, um avanço. Em sua época, ela deu um salto além e, mais do que se ater a animais, esse artigo em português foi mais e, dentro das idéias do escotismo, foi mais longe. É um ótimo exemplo de uma adaptação que altera de alguma forma o original e melhora-o dentro da idéia original. Isso, às vezes, acontece em traduções. Um exemplo é João Guimarães Rosa que, em carta ao tradutor alemão de "Grandes Sertões: Veredas" admitiu que considerava um certo trecho melhor na tradução que no original. Eu não manteria esse artigo desta maneira pois acredito que é o momento de dar um passo além, de englobar todas as coisas. Seja como crente e temente a Deus e amante de toda a criação, como um cidadão consciente de nosso papel com o planeta ou como ambos, um escoteiro é amigo não só das plantas e dos animais, mas de todos os seres, vivos ou não, que compõem o universo.
 
7. O Escoteiro é obediente e disciplinado.
Disciplina é importante, mas não no sentido militar da palavra. Obediência também. Mas o artigo original estabelece pontualmente a quem um escoteiro é obediente. E se olharmos mais de perto, perceberemos que é de pessoas que por um motivo ou outro têm a sua confiança e seu respeito. Também são pessoas que, por serem pais ou amigos, querem muito bem a ele. É um artigo de tradução muito difícil, pois obediência cega não é característica de um bom cidadão, ou em outras palavras, de um bom escoteiro. Confesso que ainda não pensei como resolver a tradução desse artigo.
 
8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
É uma tradução interessante de "8. A Scout smiles and whistles under all difficulties." Ela trás um valor a mais, ou melhor, explicita um valor, o da alegria, o que é fundamental para a vida de qualquer um. Alegria pelo simples fato de viver e fazer seu melhor para superar as dificuldades é um ato escoteiro. Sorrir nas dificuldades não é sorrir de desespero, mas sorrir por saber que é possivel superar a adversidade e que a adversidade é um momento de aprendizado, que nos leva a ser mais.
 
9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
É a tradução de "A Scout is thrifty". A palavra "thrifty" é um adjetivo no inglês que, segundo o dicionário Macmillan significa ser cauteloso sobre como se gasta o dinheiro de forma a não desperdiçar nada. Aí eu questiono: "respeita o bem alheio"? Algo como "não rouba" e "não comete vandalismo"? É necessário rever isso. Faz-se urgente, aliás. O não desperdício do capital é o não desmatamento, a não poluição, a não miséria. Das palavras possíveis em língua inglesa para esse sentido, B.P. escolheu exatamente a que une os dois sentidos de forma causal: "economizar para não desperdiçar".
 
10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.
É interessante como a tradução realmente atende ao interesse de quem traduz. "limpo de corpo" é uma noção higienista da educação formal. Ela certamente não foi ruim, mas não cabe. Esse artigo refere-se à forma limpa de agir com todos, desde do nível do pensamento até a ação, sendo os três, pensamento, palavra e ação unas nesse artigo.
Finalizando, coloco a tradução à qual cheguei após muito pensar e estudar o tema, fugindo do que é apenas "literal" e pensando o que permitiria a lei escoteira orientar melhor aqueles que fazem parte dessa fraternidade.
 
Eu traduzo os artigos da promessa escoteira da seguinte forma:
1 - O escoteiro é confiável.
2 - O escoteiro é leal.
3- O escoteiro é útil e ajuda o próximo sempre que pode.
4 - O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.
5 - O escoteiro é cortês.
6 - O escoteiro é bom para a natureza.
7 - *
8 - O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
9 - O escoteiro é econômico e combate o desperdício.
10 - O escoteiro é limpo de pensamento, palavra e ação.
* Depois de muito pensar, eu acredito que esse artigo da lei deve ser excluído, pois não faz parte da prática de um bom cidadão, ou seja, de um bom escoteiro, no início do terceiro milênio da era cristã. Não existe espaço no mundo para obediência cega, mas há para o questionamento consciente da própria realidade.
 
Autor: Antônio Hezir - Comissão Fiscal - 39/MG Grupo Escoteiro Santo Agostinho (Fonte)
Postado e adaptado por Chefe Wilson


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Encontro 29 - 01/11 - Atividades desenvolvidas pela Patrulha Kailash

Encontro n° 29

Data: 01/11/2008

Horário: 9:00hs

Atividade: Adestramento Escoteiro

Programação

09:00hs – Bandeira

09:30 hs – Quebra Gelo - Caça ao Carneiro - tempo para o jogo: 15 min. - O jogo terá dois tempos de 5 minutos. A Tropa deve formar dois times, separados em duplas, aonde um será o cavalo e o outro o cavaleiro. Os "cavalos" serão os participantes que levam os outros nas costas, os "cavaleiros". Montados a cavalo disputam a carcaça de um carneiro (a almofada), que deve ser levada de um canto a outro do campo. O jogo começa com a almofada no meio do campo e os participantes (cavaleiro montado no cavalo) posicionados na linha de fundo do seu campo. Ao sinal do Chefe, os participantes deverão correr para pegar a almofada. O objetivo é pegar o "carneiro" e levá-lo ao canto oposto. Cada vez que a equipe conseguir levar o "carneiro" para o lado que foi determinado essa marca um ponto. Após a marcação de um ponto, a almofada volta ao meio do campo. No final vence quem tiver mais pontos. No segundo tempo do jogo, os cavalos passam a ser os cavaleiros e vice-versa.

10:00 hs – Corrida de Nós - Ao sinal de um apito, os primeiros elementos das patrulhas, que estarão devidamente formadas, correrão 20 pegarão um papel com o nome de um nó que deverá ser feito no tempo máximo de x minuto, e na outra caixa pegará um outro papel, que dirá a forma como o nó deverá ser feito. Feito o nó, o jovem retorna para a patrulha, quando o segundo elemento terá a sua vez, e assim sucessivamente até o término dos nós solicitados.

Regras:

01 – A corrida se inicia ao sinal do instrutor dó jogo.

02 – O elemento deverá pegar apenas um papel de cada caixa, não podendo escolher nem trocá-lo.

03 – Caso o elemento não saiba o nó solicitado, este deverá retornar à patrulha, onde lhe ensinarão o nó, para que ele retorne ao local das caixas e execute a tarefa.

04 – A ajuda àqueles que estão fazendo os nós somente poderá ser dada pelos elementos da sua patrulha.

05 – Vencerá a patrulha que executar todos os nós em menos tempo.

O nível dos nós solicitados poderá atender ao objetivo a ser alcançado. Algumas formas de como os nós poderão se feitos:

·       Normal

·       Com apenas uma das mãos

·       Com duas mãos esquerdas (utilizando a mão de um companheiro da sua patrulha)

·       De cabeça para baixo (utilizando a ajuda do restante da sua patrulha)

·       De olhos vendados

·       Com as mãos para trás

·       Com as mãos e os pés no chão

11:30hs - Bandeira e Encerramento

 

Área de crescimento:

·       Desenvolver a força.

·       Estimular a confiança.

·       Aceitar regras.

·       Trabalhar em equipe.

·       Trabalhar com a noção espaço-temporal.

·       Desenvolver agilidade.

·       Adestramento Escoteiro

 

Local: Sede

Chefe Responsável: Wilson Junior Weschenfelder

 

 

Wilson J. W.

Laerte Viana

Ana Viana

Chefe de Tropa

Diretor de Escotismo

Diretor Presidente



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domingo, 2 de novembro de 2008

Assembléia Geral

Dia 28 de novembro de 2008 às 19:00 horas na sede do Grupo Escpoteiro Arés, no Parque Municipal do Chimarrão, será realizado a Assembléia Geral estando convocados todos os membros da diretoria executiva e do conselho fiscal, pais dos beneficiários, chefias, assistentes, instrutores e colaboradores do Grupo Escoteiro Arés.